“Xerife da Democracia”: Alexandre de Moraes desafia sanções dos EUA e mantém investigação contra Bolsonaro
Em entrevista exclusiva ao The Washington Post, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes declarou que não recuará “nem um milímetro” frente às sanções dos EUA — incluindo a aplicação da Lei Magnitsky, tarifas de 50 % sobre produtos brasileiros e revogação de vistos — e reafirmou seu compromisso com o combate à tentativa de golpe liderada por Jair Bolsonaro
Compromisso com o devido processo legal
Moraes garantiu que seguirá rigorosamente os trâmites judiciais: “receberemos a acusação, analisaremos as provas, e quem deve ser condenado será condenado, e quem deve ser absolvido será absolvido”. O julgamento contra Bolsonaro e sete aliados está marcado para 2 de setembro na Primeira Turma do STF.
Justiça como antídoto à autoritarismo
O ministro comparou a democracia brasileira a um organismo que desenvolve anticorpos mais fortes após períodos de autoritarismo, como durante Getúlio Vargas e a ditadura militar — afirmando que essas crises fortaleceram o sistema judiciário.
“Xerife da democracia” e medidas contundentes
O Washington Post destaca o papel de Moraes como “xerife da democracia”, pela influência e medidas amplas que vem adotando: suspensão de plataformas como X, prisão domiciliar de Bolsonaro, operações contra desinformação e deputadxs e influenciadorxs investigadxs. Embora reconheça que as sanções são desagradáveis — “é claro que não é agradável” — Moraes ressaltou que elas não frearão suas ações: “enquanto houver necessidade, a investigação continuará”
Pressão internacional e reação brasileira
As sanções foram impulsionadas por articulações de Eduardo Bolsonaro junto à administração Trump, mas especialistas questionam o uso da Magnitsky para um juiz.
Fontes:
The Washington Post, Agência Brasil, Gazeta do Povo