Megaoperações em dólar ocorrem horas antes de anúncio sobre tarifas dos EUA

Negociações de contratos futuros de dólar, com volume total de R$ 1,22 bilhão, ocorreram poucas horas antes de o governo dos Estados Unidos anunciar o adiamento da aplicação de tarifas contra o Brasil, em 30 de julho. A movimentação chamou a atenção por fugir do padrão habitual do mercado e levanta suspeitas de uso de informação privilegiada.
Somente nas mesas do BTG Pactual e da Tullett Prebon, foram negociados 24.430 contratos DOLQ25 antes das 15h, horário do anúncio da Casa Branca. Cada contrato equivale a R$ 50 mil. A média diária costuma ser de nove contratos por operação. O maior volume foi registrado às 12h29, com quase 20 mil contratos executados em menos de um segundo pelo BTG. Mais cedo, às 10h42, a Tullett intermediou uma operação de 4.500 contratos.
Outras corretoras, como BGC Liquidez e CM Capital, também realizaram ordens acima de mil contratos antes do anúncio. As características das operações — volume elevado, rapidez na execução e proximidade do comunicado oficial — indicam possível atuação de grandes investidores com acesso antecipado à informação.
Comparações com outros dias reforçam a anormalidade: no dia seguinte, 31 de julho, o volume total dessas mesas caiu para 570 contratos — uma queda de mais de 97%.
Segundo a legislação brasileira, o uso de informação relevante antes de sua divulgação é crime e pode ser investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo Ministério Público Federal.
Movimentações semelhantes já haviam sido registradas. Em 9 de julho, horas antes de outro anúncio sobre tarifas feito pelo presidente Donald Trump, o mercado também apresentou negociações incomuns, somando R$ 6,6 bilhões em apenas 75 minutos. A maior transação, de R$ 2,7 bilhões, foi intermediada pelo BTG às 11h38. O anúncio oficial veio às 16h17. O caso está sob investigação do Supremo Tribunal Federal.
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