Foto: Bruno de Freitas Moura - Agência Brasil
A Petrobras anunciou que pretende voltar ao mercado de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP). A estatal deixou o setor em 2020, ao vender a Liquigás para a Copagaz e a Nacional Gás Butano Distribuidora, durante o governo Jair Bolsonaro.
O governo federal, principal acionista, defende a medida como estratégia para conter o preço final do botijão. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou valores cobrados em regiões distantes:
"A Petrobras manda o gás a R$ 37. Aqui chega a R$ 110, R$ 120, até R$ 140. Está errado”, disse em evento na Paraíba".
A estatal ainda não informou se a retomada envolverá venda direta ao consumidor. Antes da privatização, a Liquigás atuava em todos os estados, com 23 centros de operação, cerca de 4,8 mil revendedores e 21,4% do mercado.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) classificou a decisão como “vitória dos trabalhadores” e afirmou que reduções de preços nas refinarias não chegam integralmente ao consumidor final.
Venda da BR e cláusula de não concorrência
A Petrobras também deixou a venda direta de combustíveis no governo anterior, ao vender a BR Distribuidora para a Vibra Energia, com licença de uso da marca até 2029 e cláusula de não concorrência. Em 2024, a companhia anunciou que não pretende renovar a licença. A presidente Magda Chambriard já criticou postos com bandeira BR vendendo gasolina “acima do preço justo”.
Lucro no segundo trimestre
A decisão de voltar à distribuição de gás foi anunciada junto ao balanço do segundo trimestre de 2025. A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 26,7 bilhões, queda de 24,3% em relação ao trimestre anterior, mas reversão frente ao prejuízo de R$ 2,6 bilhões em 2024.
Serão distribuídos R$ 8,66 bilhões em dividendos e Juros sobre Capital Próprio, dos quais cerca de 29% irão para o governo federal e 8% para o BNDES.
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