Guerra Israel x Palestina já matou mais de 190 profissionais da imprensa, aponta CPJ
Crédito pchrgaza.org
O conflito entre Israel e Palestina já matou ao menos 192 repórteres, cinegrafistas e outros trabalhadores da mídia até agosto de 2025, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O número supera as perdas registradas em guerras como as duas Guerras Mundiais, a do Vietnã e a invasão russa à Ucrânia.
Grande parte das mortes ocorreu em circunstâncias que sugerem ataques intencionais, alimentando acusações de que as forças israelenses buscam impedir a cobertura de possíveis crimes de guerra.
No domingo (10/ago), um ataque aéreo israelense atingiu uma tenda de imprensa próxima ao Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, matando cinco profissionais da Al Jazeera: os repórteres Anas al-Sharif e Mohammed Qreiqeh, os cinegrafistas Ibrahim Zaher e Moamen Aliwa, e o motorista Mohammed Noufal. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que o grupo incluía líderes do Hamas, sem apresentar provas imediatas.
Outros casos semelhantes foram registrados: em dezembro de 2024, cinco jornalistas morreram dentro de um veículo de imprensa; em abril de 2025, o colaborador da Drop Site News Hossam Shabat, 23, foi morto em ataque direcionado; e, em fevereiro de 2024, Mohammed Yaghi foi assassinado com sua família, elevando então o total para 130 vítimas.
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) estima mais de 200 mortos e 500 feridos e diz ter levado denúncias ao Tribunal Penal Internacional. Já sindicatos locais e o gabinete de informação do governo de Gaza calculam que o total atual esteja entre 238 e 242 vítimas.
A ONU classifica os ataques contra jornalistas como violações graves do direito internacional humanitário e alerta para o risco de eliminação de uma geração de comunicadores palestinos. Organizações como a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) e ativistas internacionais exigem investigações independentes e sanções contra Israel, acusando-o de impedir a entrada de repórteres estrangeiros em Gaza, com objetivo de limitar a checagem independente dos fatos.
Fontes: Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Organização das Nações Unidas (ONU), sindicatos de jornalistas locais, gabinete de informação do governo de Gaza, Al Jazeera, Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). URBS Magna